"Há muitos motivos para estarmos otimistas na Europa. Há um ano dizia-se que estávamos à beira do colapso. Agora estamos estáveis. O que é que aconteceu? Foi definido um rumo e ele está a ser seguido", disse Borges, referindo-se à política de consolidação das dívidas públicas na zona euro..O economista admitiu a existência de problemas, como o crescimento da taxa de desemprego, mas disse que em vários países, como em Portugal, a situação podia ser "rapidamente" ultrapassada se "fosse mudado o ambiente dominado pela regulação e a ideia de que é preciso proteger o empregador do funcionário e o funcionário do empregador"..Em relação a Portugal, Borges explicou aos jornalistas que "há a perceção [junto dos investidores] de que o país está a recuperar e que quem entrar cedo tem vantagens adicionais".."Estamos agora a decidir como país se vamos ter um crescimento rápido ou se vamos satisfazermo-nos com a mediocridade", disse, acrescentando que o país precisa de melhorar a competitividade da sua economia e reformar o Estado, que "é muito grande e muito, muito pouco eficiente"..Em relação à privatização da TAP, Borges disse que "há condições para que haja mais interessados do que no ano passado (...) devido ao bom momento que as transportadoras aéreas atravessam"..A conferência em que Borges participou fazia parte da programação dos "Pan European Days", uma iniciativa da Euronext em que Portugal participa ao lado da Bélgica, Holanda e França..A conferência tinha o tema "Alcançar o Crescimento no Continente Europeu: Desafios e Oportunidades" e Borges partilhou o painel com o secretário de Estado das Finanças, Manuel Rodrigues, e os diretores-gerais da Eurazeo, Patrick Sayer, da Royal Vopak, Jack de Kreij, e da Telenet, Renaat Berckmoes..O secretário de Estado das Finanças, Manuel Rodrigues, defendeu o programa de ajustamento português e disse que "o tempo de investir na Europa é agora".."O processo europeu está a desenvolver-se, a ganhar momento, e os países que foram mais atingidos pela crise, como a Irlanda e Portugal, são os que vão sair mais beneficiados", explicou..Numa segunda conferência, com o tema "Mercados Financeiros Europeus: Desafiando a Gravidade?", os economistas chefes da Société Générale, Kit Juckes, do ING, Mark Cliffe, e do Banco Espírito Santo, Carlos Andrade, concordaram que o processo de união bancária em desenvolvimento na zona euro é uma das soluçõs para a crise, mas defenderam que tem sido "demasiado lento"..Mark Cliffe foi bastante crítico das políticas europeias de combate à crise, afirmando que "estão a agravar a recessão nos países periféricos", e Kit Juckes sublinhou a impaciência com os políticos europeus.."Fico assustado quando ouço um político dizer que a crise passou porque os mercados estão a reagir. Só me apetece gritar: Sr. Político, vá para a rua falar com pessoas reais", disse o economista.